domingo, 11 de outubro de 2009

O Bobo da Corte e o processo criativo

No tempo em que o mundo era dominado por reis e rainhas, existia um personagem que tinha privilégios que não combinavam com a função que a maioria das pessoas achava que ele desempenhava no reino.

O “Bobo da Corte” era na verdade uma pessoa muito inteligente e que usava a criatividade para: manter-se próximo ao rei, não despertar a inveja dos outros súditos e ao mesmo tempo ter acesso a muitas informações que não chegariam à família real. Desta forma, muitas vezes se tornava o principal conselheiro do rei.

Como aborda VON OECH, Roger no livro Um Toque na Cuca(1983 p. 126), além desta função, o Bobo da Corte procurava virar os pressupostos básicos de cabeça para baixo, com comentários, frases e textos nada convencionais, como este abaixo, que não foi escrito no tempo dos reinados, porém, retrata bem seus comentários naquela época.

Viver ao contrário.

Acho que o ciclo da vida está invertido!
Deveríamos primeiro morrer. Assim logo ficaríamos livres disso.
Em seguida, viriam vinte anos num asilo.
Ao atingir a maturidade, seríamos desligados do asilo, ganharíamos um relógio de ouro e iríamos trabalhar.
Depois de trabalhar uns quarenta anos, até ficar jovem o suficiente, viria aposentadoria, daí entraríamos em uma faculdade, experimentaríamos drogas, álcool, iríamos a festas, até ficarmos preparados para o colegial.
Viria o primário, viraríamos crianças, poderíamos brincar, não teríamos responsabilidades.
Daí, todos seríamos bebês, voltaríamos ao útero das nossas mães, passaríamos os últimos nove meses flutuando e terminaríamos como um brilho no olhar de alguém.

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