segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Inovação por ruptura e o fim das máquinas de escrever

Em 1911 a Olivetti, indústria fabricante de máquinas de escrever lançou seu primeiro modelo, a M1, e nos anos 50 chegou a dominar o mercado mundial de equipamentos mecânicos para escritório.

Até os anos 60 / 70, no mundo inteiro, a maioria dos textos eram datilografados em uma máquina de escrever da Olivetti.

Com o início da utilização dos computadores, esta tarefa começou a ser desenvolvida nos processadores de textos. Que no primeiro momento eram difíceis de serem usados, exigiam um minucioso conhecimento dos comandos internos e mesmo assim, os resultados não eram dos melhores.

Nos anos 70 a Apple lançou o primeiro Computador Pessoal (PC) e começou a vendê-lo para adolescentes curiosos, que haviam ouvido falar deles apenas nos bancos das universidades.

Naquele momento ninguém imaginaria que máquinas caras, complicadas e só conhecidas em universidades, invadiriam os escritórios e a imprensa de todo o mundo.

Não havia sentido para os executivos da Olivetti, conceber a idéia de que as máquinas de escrever estavam com os dias contatos, uma vez que em cada lançamento, os consumidores se mostravam mais satisfeitos.

Porém os editores de texto tinham um atributo importante: Uma vez dominado o conhecimento para digitar o texto, era possível fazer muitas alterações sem gastar tempo nem papel.

O resultado todos nós sabemos! Hoje não encontramos máquinas de escrever nem nos escritórios da própria Olivetti.

A Olivetti errou?
Foi atropelada pela tecnologia?

A Olivetti sempre investiu em pesquisa, desenvolvimento de novos produtos e acima de tudo sempre escutou seus clientes com o intuito de lançar produtos de acordo com seus desejos e necessidades.

Seguindo a risca os manuais da boa administração, enquanto o mercado de processadores de texto e computadores pessoais crescia, a Olivetti lançava máquinas “modernas” como as elétricas, eletrônicas, portáteis, coloridas para crianças e até mesmo, em 1965, cinco anos antes da Apple lançar seu PC, chegou a desenvolver um dos precursores do PC, chamado na época de P101. Ou seja, investiu pesado em inovações sustentadas.

Em 1982, a Olivetti tentou entrar no mercado de computadores pessoais, porém não foi bem sucedida, por conta da agressividade dos fabricantes que já dominavam o mercado e pela cultura interna da empresa, constituída por muitos profissionais que foram ao longo do tempo, formados para administrar de forma competente uma empresa fabricante de máquinas de escrever. Prova disso é que no início dos anos 90 a divisão da empresa que cuidava dos PCs foi fechada e em 1996, quando a indústria de computadores já estava bem desenvolvida, a empresa ainda conseguiu vender, só no Brasil, 290.000 unidades de máquinas de escrever.

Resultado: a Olivetti ou qualquer outro fabricante de máquina de escrever, não conseguiu torna-se um grande fabricante de computadores ou processadores de texto.

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